A descoberta das galáxias
Por volta do século XVIII vários astrônomos já haviam observado, entre as estrelas, a presença de corpos extensos e difusos, aos quais denominaram "nebulosas". Hoje sabemos que diferentes tipos de objetos estavam agrupados sob esse termo, a maioria pertencendo à nossa própria Galáxia: nuvens de gás iluminadas por estrelas dentro delas, cascas de gás ejectadas por estrelas em estágio final de evolução estelar, aglomerados de estrelas. Mas algumas nebulosas - as nebulosas espirais - eram galáxias individuais, como a nossa Via Láctea.
M86=S0 M91=SBb M92=Irr
Classificação morfológica de galáxias
As galáxias diferem bastante entre si, mas a grande maioria têm formas mais ou menos regulares quando observadas em projeção contra o céu, e se enquadram em duas classes gerais: espirais e elípticas. Algumas galáxias não têm forma definida, e são chamadas irregulares. Atualmente se sabe que as galáxias nascem nas regiões de maior condensação da matéria escura. A distribuição destas condensações é aleatória. Se há assimetria na distribuição das condensações em uma região do espaço, a força de maré produzida pela assimetria gera momentum angular na nuvem, e uma galáxia espiral se forma. Se a distribuição local é simétrica, não haverá momentum angular líquido, e uma galáxia elíptica se forma.
Um dos primeiros e mais simples esquemas de classificação de galáxias, que é usado até hoje, aparece no livro de 1936 de Edwin Hubble, The Realm of the Nebulae, baseado no esquema proposto por John Henry Reynolds (1874-1949) em 1920 (Photometric measures of the nuclei of some typical spiral nebulae, Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 80, 746). O esquema de Hubble consiste de três sequências principais de classificação: elípticas, espirais e espirais barradas. Nesse esquema, as galáxias irregulares formam uma quarta classe de
objetos.
![Classificao](https://astro.if.ufrgs.br/galax/hubble.gif)
Esquema de Hubble para a classificação de galáxias.
O que é possível observar a olho nu?
Infelizmente todos os detalhes, contornos e cores como visíveis por estas fotos acima somente podem ser observados através de telescópios de grande abertura que são utilizados para realizar fotografias de exposição, realçando e evidenciando características que o olho nu não conseguirá distinguir.
Por outro lado, observar o céu a olho nu é uma atividade simples e prazerosa. Quando uma observação sem instrumentos é feita com cuidado muitos objetos interessantes podem se revelar. E embora pareça difícil observar uma galáxia devido aos fatos de que estes corpos estão muito distantes e também que o brilho proveniente de uma galáxia não é concentrado como o brilho visível de uma estrela, ainda sim é possível observar estas três galáxias: A galáxia de Andrômeda, A Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães. Esta observação auxilia o conhecimento dos objetos celestes e fornece um maior contato com o que observamos, já que se torna bem mais fácil observar objetos quando possuímos uma noção de orientação, das constelações e assim em diante.
É possível reconhecer que estes objetos, a primeira vista apenas manchas no céu, são de fato grupos de estrelas e, de uma maneira bem geral, vários outros objetos próximos serão melhores observados quando conseguimos identificar suas localizações como aglomerados estelares e nebulosas.
Carta celeste indicando localizações das nuvens de Magalhães observando na direção E-SE e baseando-se em estrelas brilhantes
NGC 104 ou 47 tucanae é o segundo aglomerado globular mais brilhante de todo o céu
Fontes:astro.if.ufrgs ; .observatorio; ufmg